Conversar com um mineiro não pode ser de qualquer jeito, tem que ser com “jeitinho”. Não chegue falando alto demais, isso pode causar estranheza, você pode parecer um “caçador de arruaça”. Por outro lado, se falar baixo demais, está fazendo fofoca, conspirando. Tem que falar no tom certo.
A conversa com o mineiro deve ter começo, meio e fim e não pode acabar truncada, mineiro preza o entendimento, mesmo que seja só o dele 😉 Prá não cair em “disgrama” e curtir completamente sua estada em Minas, A gente, aqui do Hotel Fazenda Vila Chico, preparou umas dicas e sua estada será mais agradável ainda.
Dicas de como se dar bem na conversa com o mineiro.
Quando viajamos, seja para o exterior ou em nosso país, devemos estar atentos à diversidade cultural e à diferença de costumes Para facilitar sua comunicação com o mineiro, preparamos as dicas a seguir.
Marcou horário, cumpra. Se não cumprir, dê uma desculpa.
Qualquer desculpa serve, mas tem que ter uma. Na verdade o mineiro é desconfiado e ele não acreditaria prontamente nem na verdade, portanto, o importante é se desculpar. A chuva, o filho, a estrada, o trânsito, tudo é válido, mas se disser que atrasou por causa de um café com pão de queijo, bem, aí é perdão absoluto, não se esqueça de dizer que se lembrou dele quando estava degustando essa dupla.
A primeira resposta do mineiro, em qualquer circunstância ou assunto, é pra entender.
Ele está examinando, descobrindo, estudando o perguntador. Em geral, conversa mesmo, só começa depois da segunda ou terceira frase.
Se um mineiro te olhar de cima embaixo, cuidado.
Você fez algo que ele considera errado.
Conversa com mineiro parece montanha.
Vai e volta, sobe e desce. Pra toda conversa ele tem que “buscar água no poço“, contar um causo equivalente, dar um exemplo, falar de um fato correlato, só depois entra no assunto mesmo, devagar, sem pressa.
Se vai fazer negócio com um mineiro, lembre-se de negociar.
Só fale de preço depois de falar sobre as vantagens, ou desvantagens do que estiver comprando ou vendendo.
Mineiro está sempre em cima do muro.
É o jeito que ele “arrumou” de olhar em volta, de examinar. Mineiro não olha, espia, observa. Não se preocupa com o fato, mas, com a circunstância. Quer sempre saber quem fez o quê, quando e onde. Mesmo que não pergunte diretamente, seu interesse é na história, no “acontecido”.
Mineiro só trabalha em equipe porque faz só a sua parte, mas, se puder, ajuda, de bom grado, o parceiro.
Mineiro não anda, caminha. Não troca o dia bem vivido pela noite mal dormida. Detesta ficar devendo, mas empresta o que tem. Mineiro não come, se alimenta.
Mineiro é, principalmente, amigo, solidário.
Gosta de informar corretamente, ajudar e amparar, mineiro é sempre uma jóia rara, mesmo que, à primeira vista, pareça uma pedra bruta.
Ao pedir informação de rota em Minas Gerais, você poderá ouvir que é pertinho ou que o lugar que você procura fica “logo alí”.
Não se deixe iludir, para o mineiro quase tudo é perto ou é “garrado”, quando é muito perto.
Agora, se um mineiro disser que é longe ou que a caminhada é boa, se prepare, você terá a impressão de andar até o fim do mundo.
Ele ainda pode incluir, no meio da explanação, a frase “vai reto aí, toda a vida!” Isso significa que pode ser perto, mas certamente, não é “garrado”. E não é toda a vida não. Em algum momento você vai ter que virar… ele explicará isso.
O mineiro é, antes de tudo, acolhedor.
Adora tomar um “cafezin” acompanhado e trocar um “ded’prosa“. Tem verdadeira paixão por queijo. Ama sua terra e não abre mão de apresentá-la em detalhes. Mineiro sabe receber e ser recebido.
Pode ser que tudo isso seja devido à alma sertaneja do morador de Minas Gerais.
Olhar a lua, mirar a distância nas montanhas e “caminhar’ lentamente com os olhos por todo o lugar, observando quem passa como se estivesse esperando alguém ou algum acontecimento. Isso é o jeito calmo de ser mineiro.
Se ele começar a te contar uma história, tenha certeza que, aconteça o que acontecer, ele vai terminar o “causo”.
Mineiro não se assusta e nem muda de rumo à toa.
Em geral o mineiro, mineiro mesmo, pode cumprimentar com uma expressão verbal do tipo “boa” ou “bão”.
“Boa” serve pra tarde e noite, já o “bão” é utilizado para o dia.
No primeiro contato, na maioria das vezes, se você não estender a mão ele não vai estender. Não é falta de educação ou desconhecimento do gesto. A verdade é que, para o mineiro, o contato físico, mesmo um aperto de mão, é muito importante. É um gesto de acordo e integração. Quando ele aperta sua mão, pode saber, você acaba de se transformar em amigo. Se for abraçado então, aí é amigo íntimo, que merece café e beira de fogão pra trocar conversa.
As montanhas de Minas Gerais são a casa e o coração do mineiro.
Seu pedaço de terra é o mundo. Quando um mineiro abre seu coração para um visitante, um amigo, ele abre a casa também. Entre devagar, de mansinho. Será recebido como um rei.
“Morre de medo” de ser “entrão”.
Se ele for seu amigo, é pra sempre, é de verdade. Mineiro gosta da boa comida e de compartilhar a alegria, os momentos. Mineiro quer estar junto, trazer para perto. Conhece o seu valor e o valor do visitante, do hóspede, do amigo, da amizade.
As palavras podem ser diferentes
Nem sempre o que o mineiro diz é o que ele “quer” dizer. O sentido pode ser figurado, cada palavra pode ser uma metáfora ou um “guizo” prá mudar o rumo da conversa.
Os mineiros inventaram um dialeto, um jeito de falar e se expressar muito particular. Já são famosos os “oncotô”, “oms”, “cê” e “uai”. Para ajudá-lo com esse glossário quase interminável, compilamos as principais expressões em um livro.
Aliás, compilamos não, o Sô Chico compilou, fez um dicionário que estamos distribuindo aqui, em homenagem a todos os mineiros e um carinho aos nossos amigos, visitantes, hóspedes e viajantes em geral.
Clique no botão abaixo e faça o download do dicionário.
Aqui no Vila Chico, nossa família é mineira
A gente faz de tudo para receber bem e oferecer nosso melhor com o carinho e a alegria que você merece. Uma coisa que não esquecemos é que, na nossa cultura, os sabores encantam. A gastronomia mineira, não à toa, é considerada uma das melhores do Brasil. Faz parte de nossa identidade, de nossa cultura. Ganhou importância nacional e chegou a programa dentro do governo estadual (leia mais sobre isso aqui).
Do pão de queijo ao feijão preto, passando pelo bolo de fubá ou pelo doce de leite, a gastronomia faz parte do nosso dia-a-dia.
Vivemos em uma região privilegiada, paisagens lindas e produção de alguns dos melhores queijos, cafés, azeites e doces do Brasil e do mundo.
E, mineiro que é mineiro, não oferece “pouso” sem oferecer a boa comida. Por isso, criamos o Restaurante do Chico, dentro da Vila e aberto aos hóspedes e ao público. É nele que servimos o café mineiro e almoço ou happy hour, com receitas mineiríssimas assinadas pela Chef Aline Lemos.
Torresmo, mandioca frita, angu, frango com quiabo, farofa, costelinha e outras delícias. A música ao vivo embala o almoço nos finais de semana e compõe o ambiente com a linda paisagem da Vila. E se ficou com água na boca, conheça nosso cardápio.
Eu sei que a gente não deve se gabar, mas, ser mineiro é, antes tudo. Muito bão! Vem tomar um cafézin com a gente, vem!
Sem comentarios